Carlos Maurício Castro Costa nasceu em 08 de agosto de 1945, em Maranguape, Ceará. Graduou em Medicina (1971) na Universidade Federal do Ceará e completou sua formação acadêmica, Especialização (1978), Mestrado (1979), PhD (1986) e um pós-doutoramento (1992) na Universidade Católica de Louvain, Bélgica.
Entrou como docente na Universidade Federal do Ceará em 1980, onde alcançou o posto de Professor Titular de Neurologia e Neurofisiologia, da Faculdade de Medicina, defendendo sua Tese acerca dos aspectos clínicos da infecção pelo HTLV-1. Foi docente do programa de pós-graduação em Farmacologia e coordenador geral da residência médica do Hospital Universitário Wálter Cantídio. Foi membro Conselheiro da “International Society for the Study of Pain (IASP)” e coordenador científico da temática III do Instituto de Biomedicina do Semi-árido Brasileiro, dentre as várias posições e cargos que ocupou.
Em 1995, apresentou os dois primeiros casos de Mielopatia Associada ao HTLV-1 e a partir de então, assumiu o estudo da mielopatia experimental e clínica por HTLV, como dois dos principais objetivos de sua pesquisa ao longo dos anos, com o intuito de estabelecer estudos de longo prazo em neuropatologia. Mais tarde foi um dos pioneiros ao trabalhar com os aspectos da dor neuropática nas pessoas com HAM.
Participou ativamente para a confecção do primeiro Guia de Manejo do HTLV, publicado pelo Ministério da Saúde e coordenou o trabalho para a redefinição dos critérios para a classificação dos casos de HAM, em um grupo formado por pesquisadores e clínicos do Brasil, Chile, USA, Canadá, Inglaterra e Bélgica (2006). Foi membro ativo desde a segunda edição do Simpósio Internacional sobre HTLV no Brasil e coordenou a quinta edição em 1998.
Carlos Maurício sempre foi uma pessoa afável, de bom trato e reconhecidamente, bondosa e generosa com seus colegas e com os pacientes que atendia no ambulatório da Faculdade de Medicina, o que favoreceu a sua associação com inúmeros pesquisadores da América do Sul (Brasil, Chile, Colômbia e Peru) e Europa (Bélgica e Inglaterra). De sua educação como seminarista, guardou a influência humanística, o que o levou a se tornar um poliglota prolífico, que além de sua língua pátria também falava o Latim, Alemão, Sueco, Grego, Espanhol, Francês, Inglês, Italiano, Japonês, Russo, Holandês e Árabe.
Carlos Maurício faleceu prematuramente, em 15 de março de 2010. Durante o X Simpósio Internacional sobre HTLV no Brasil, ocorrido em Olinda, Pernambuco, em 2011, o Laboratório de Virologia, do Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade Federal do Pará, anunciou que passaria a oferecer um prêmio em sua homenagem durante as edições futuras do Simpósio.
Achileia Lisboa Bittencourt nasceu no Maranhão em 1933. Aos 17 anos, mudou-se para a Bahia, onde se graduou em Medicina em 1987 pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e obteve o título de doutora em Anatomia Patológica em 1984, também pela mesma universidade. Atuou como professora da Faculdade de Medicina da UFBA por 30 anos, tornando-se professora emérita desta Universidade em 2012. Em 2022, recebeu o prêmio IRVA Clinical Award por suas contribuições na pesquisa em HTLV. Dentre suas linhas de pesquisa, destacam-se a leucemia/linfoma causados pelo HTLV-1 e as doenças infanto-juvenis causadas por esse vírus.
Bernardo Galvão Castro Filho nasceu em Salvador, Bahia em 30 de maio de 1945. Formou-se em Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (UFBa) e em seguida fez residência em Patologia Humana nesta mesma instituição. Cursou o mestrado em Patologia Humana na UFBa e logo a seguir fez doutorado em Medicina, na Universidade de Genebra, Suíça (1974-1977).
Em dezembro de 1977, ingressou na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, quando iniciou a carreira de pesquisador. De 1980 a 1984, coordenou o primeiro projeto de reforço institucional da América pela Organização Mundial de Saúde (OMS), através do Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais, permitindo a implantação de um Centro de Imunologia Parasitária, na Fiocruz – Rio de Janeiro. Em 1982, diante da epidemia de Aids que assolava o mundo, introduziu uma nova linha de pesquisa sobre aids no departamento sobre a sua chefia. Isto permitiu implantar rapidamente técnicas sorológicas que possibilitaram a triagem de sangue em bancos de sangue e laboratórios da rede pública no Brasil. Este fato foi decisivo no controle da aids transmitida pelo sangue no nosso país. Em 1987, a equipe liderada por Bernardo Galvão de Castro Filho isolou o HIV pela primeira vez na América Latina.
Em 1988, Bernardo Galvão de Castro Filho regressou para Salvador, implantando o Laboratório Avançado de Saúde Pública (LASP), no Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz). No início de 1991, em reconhecimento aos esforços realizados no combate à epidemia de HIV/AIDS, Bernardo Galvão foi convidada pelo Programa Mundial de AIDS das Nações Unidas e Organização Mundial de Saúde para participar da “Rede Internacional de Laboratórios para Isolamento e Caracterização do HIV”. Posteriormente, foi criada a Rede Nacional de Isolamento do HIV no Brasil com suporte do Ministério da Saúde (MS) e do Programa Mundial de AIDS/Organização Mundial da Saúde (UNAIDS/WHO) tendo Bernardo Galvão de Castro Filho como coordenador. Esta rede tinha como objetivo orientar o Ministério da Saúde na seleção de potenciais vacinas anti-HIV a serem utilizadas no Brasil.
No final dos anos 1990, se interessou pela pesquisa sobre HTLV. Em um trabalho pioneiro, demonstrou a presença da infecção em doadores de sangue de capitais de diferentes regiões do Brasil, sendo Salvador a capital com maior prevalência. No início dos anos 2000, após a demonstração de que cerca de 2% da população desta cidade estava infectada pelo HTLV (cerca de 50.000 pessoas), e o perfil epidemiológico dos indivíduos atingindo sobretudo mulheres com menor renda e menor escolaridade, o pesquisador implantou um centro multidisciplinar, voltado essencialmente para a assistência destes pacientes. Assim, através de um convênio bi-institucional entre a Fundação Bahiana para o Desenvolvimento da Ciência (FBDC) e a Fiocruz foi inaugurado, em 2002, o Centro Integrado de HTLV (CHTLV) no campus de Brotas da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP).
Além da função de chefe do LASP (1988 a 2010) e de coordenador da rede nacional de isolamento e caracterização do HIV no Brasil, , Bernardo Galvão de Castro Filho foi Vice-Diretor do Instituto Oswaldo Cruz (1981-1982), Vice-diretor de Ensino e Pesquisa do IGM e membro de vários conselhos e comitês de instituições científicas (Steering comitee do programa de AIDS da OMS por quase 10 anos, compôs a primeira comissão nacional de aids, além de ser conselheiro de várias instituições científicas e assistenciais). Devido a sua contribuição no conhecimento das retrovisores humanos foi presidente dos dois primeiros simpósios brasileiros sobre pesquisa básica em HIV/aids realizado em Angra dos Reis-RJ em 1995 e 1997. Presidiu inúmeros congressos nacionais como Simpósio Internacional sobre HTLV no Brasil, Congresso de Virologia (2005) Foi eleito representante da América Latina nas Sociedade Internacional de AIDS e na Sociedade Internacional de Retrovírus.
Como médico, mestre e doutor, conquistou reconhecimento como Pesquisador Emérito da Fiocruz e Pesquisador Sênior do CNPq. Sua dedicação à ciência o levou a se tornar Membro Emérito da Academia de Medicina da Bahia e Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências (2023). Seu trabalho continua a ter um grande impacto na saúde pública e na sociedade como um todo.
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